segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Nova ideologia produtiva

Sistema Toyota de Produção VS Sistema Chinês de Produção

Para um engenheiro, a atual mudança de valores na cadeia produtiva é no mínimo uma inversão de ideologias, que foi estudada e compreendida durante anos na graduação. O Sistema Toyota de Produção (STP), juntos com todos os sistemas de qualidade e controle produtivos, foram deixados ao relento para desencadear um novo sistema.
No sistema chinês baseado em economia de escala, a qualidade e a eficiência são camufladas por custos de produção baixos em quantidades elevadas. Sendo que as perdas crescem proporcionalmente nessas quantidades. Onde os custos de produção baixos em quantidades elevadas camuflam a qualidade e a eficiência, as perdas
A partir dessa visão entende-se o porquê a China continua tendo a maior demanda de energia do mundo. Essa discussão não é nova e muito menos desconhecida, assim como o fim do combustível fóssil e o aquecimento global. Questões de diferentes âmbitos mas com uma ligação muito forte.
Do ponto de vista econômico e estratégico, as “private equity firms” com uma visão capitalista e acertada se for visado apenas o balanço da empresa, mas a longo prazo e globalmente é uma questão muito arriscada. Pois a construção de uma planta fabril passou a ser apenas um detalhe para a firma, alguns  semestres com lucros fortes o valor dos “papéis” da empresa já deram o retorno desejado aos investidores. Assim que a região não for mais conveniente estrategicamente a planta é remodelada em algum mercado mais aquecido. Mas em contra partida a região que previamente foi escolhida para ter a estrutura fabril fica debilitada  dos empregos transferidos. Mesmo em grandes nações esse impacto é sentido, em países em desenvolvimento econômico então essa dependência é multiplicada.
Mas fica a questão: quem depende de quem? Os investidores dependem do mercado e custos baixos para estabelecer uma estratégia, o mercado gira em função de preços diretos menores, é um sistema “closed loop” perfeito. Mas se consideramos os ruídos externos, esse sistema não estabiliza. Em engenharia chamaríamos de sistemas de controle de terceira ordem, um exemplo muito ajustado ao mundo atual. O preço direto acaba sendo muito bom, sendo uma ótima compra, mas a saída aumenta porque o ciclo completo é sustentável ou estável.
Então voltamos ao STP que é uma ferramenta para balancear o sistema, mesmo em grandes escalas, mas com um custo produtivo um pouco mais elevado. Pois depende de trabalhadores mais envolvidos com o sistema e melhores qualificados. Mas reduz os ruídos e na saída do sistema conseguimos um resultado superior ao desbalanceado. A decisão de mudança de ideologia cabe as firmas, mas em função do mercado que não consegue ver a origem do ruído na saída.