sexta-feira, 18 de maio de 2012

Rolls Royce vale cada centavo

Os famosos “36% de impostos” estão intrinsecamente ligados a rejeição do modelo de neoliberalismo adotado pelos países liberais desenvolvidos. O neoliberalismo iniciou-se decorrente da expansão da intervenção do Estado, antagônica à forma mercadoria, ainda que necessária para sustentá-la.
Os países com ideologias neoliberais começaram a privatizar e terceirizar serviços antes administrados pelo poder público, em decorrência disso conseguiu-se uma diminuição dos gastos fazendo que a carga tributária fosse reduzida. Como o Estado não tem a visão clara de lucros, a receita diminui proporcionalmente e em consequência a os gastos públicos. Enquanto o ciclo está ascendente a iniciativa privada expande seus interesses e o sistema financeiro facilita a obtenção de crédito, como deve ser visando os lucros e com uma visão a curto prazo. Em um Estado sem a ideologia neoliberal não seria diferente, mas com as iniciativas concentradas no poder público, o lucro seria compensado com o aumento de gastos fazendo um aumento consumo como um todo (sem considerar as perdas por ineficiências e ociosidades do sistema público).
Quando a economia tende a crescer tudo “são rosas”, aumento do crédito dos investimentos, benefícios fiscais, diminuição da carga de trabalho, aumento dos benefícios ao desempregados e aposentados. Entretanto, na estabilização do consumo e aumento do endividamento decorrente da facilidade de crédito as duas ideologias começam a divergir. Não existe a possibilidade e muito menos incentivos que faça uma organização com fins lucrativos a investir se a perspectiva a curto prazo é descendente, lucro é igual a receita menos gastos, se a perspectiva de receita é reduzida os gastos invariavelmente serão reduzidos o que significa cortes produtivos (empregos, serviços e matéria-prima) e de investimentos de expansão. Sendo esta a única fonte do aumento do consumo (PIB), com um Estado fraco e sem forças (verbas) para o incentivo do consumo, orçamentos reduzidos devido à baixa taxa de impostos, a economia gira em função da perspectiva do investimento e crédito privado.
O Estado é capaz de suportar um período de déficit orçamentário se os gastos visa estimular a economia e/ou uma melhor distribuição de renda, esses devem ser os princípios a serem seguidos. Num país em desenvolvimento e com diferenças sociais exorbitantes é compreensível que a carga de tributos seja alta também, “um Rolls Royce tem um preço elevadíssimo comparado ao preço médio de um carro, mas quem compra tem um nível de satisfação alto”, em analogia se a carga tributária for bem aplicada é um valor compatível para sustentar meios de distribuição de renda. Em uma democracia o Estado significa a voz do povo, é por ele que os representantes do povo administram a economia e os serviços essenciais. Em última análise, o atraso ou avanço das ideologias implementadas no Brasil, é a principal causa dos efeitos da crise que começou em 2008 “ainda” não ter feito muitos estragos por aqui.


US : PNB vs PIB – crédito  – sistema financeiro vs FED - setor de serviços vs desemprego
          Europa : neoliberalismo econômico – baixos impostos – iniciativa privada investimentos – controle da economia